sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Irmãos Moravianos


“Nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida” II Coríntios 4.11-12

Tendo sido pessoas sofredoras, os Moravianos podiam facilmente se identificar com aqueles que sofriam. Eles iam aos rejeitados por outros. Os Moravianos aconselhavam seus missionários a "procurarem as primícias. Procurarem àquelas pessoas que o Espírito Santo já havia preparado, e trazer-lhes as boas novas"; eles colocavam o crescimento do reino de Cristo acima de uma expansão denominacional. A obra missionária Moraviana era regada de oração.
Os moravianos eram muito dedicados ao Senhor, mais de 2150 membros de sua igreja foram enviados como missionários. A ação missionária utilizou pessoas simples e comuns de coveiro a lavrador, de sapateiro a oleiro e até como escravo vendido. A concepção sobre missões nunca mais foi a mesma depois dos morávios.
Certa vez foi feita a seguinte pergunta a um moraviano: “O que significa ser um moraviano?”. E ele respondeu “Ser um moraviano e promover a causa global de Cristo são a mesma coisa”.
Dois jovens Moravianos, de cerca de 20 anos de idade, ouviram sobre uma ilha no Leste da Índia onde 3000 africanos trabalhavam como escravos e cujo dono era um Britânico agricultor e ateu.
Esses jovens fizeram contato com o dono da ilha e perguntaram se poderiam ir para lá como missionários. A resposta do dono foi imediata: “Nenhum pregador e nenhum clérigo chegaria a essa ilha para falar sobre essa coisa sem sentido”. Então eles voltaram a orar e fizeram uma nova proposta: “E se fossemos a sua ilha como seus escravos para sempre?”, o homem disse que aceitaria, mas não pagaria nem mesmo o transporte deles. Então os jovens usaram o valor de sua própria venda para custear sua viagem.
No dia da partida para ilha, as famílias estavam reunidas no porto para se despedirem dos jovens. Houve orações choros e abraços, amigos e familiares puderam dar o último adeus para seus irmãos.
E algumas pessoas falaram: porque vocês estão fazendo isso? Vocês nunca mais irão ver seus familiares e amigos, e vão ser escravos para o resto de suas vidas! Mas quando o barco estava se afastando do porto, os dois jovens levantaram suas mãos e declararam em voz alta: "para que o Cordeiro que foi imolado receba a recompensa por seu sacrifício através das nossas vidas".
A Igreja dos Irmãos Morávios continua ativa hoje, mas seu legado é visto também em outras denominações. John Wesley foi grandemente influenciado pelos morávios e incorporou algumas de suas preocupações ao movimento metodista. William Carey, muitas vezes considerado o pai das missões modernas, estava, na verdade, seguindo os passos dos missionários morávios. “Vejam o que os morávios fizeram”, comentou ele em determinada ocasião. “Será que não poderíamos seguir seu exemplo e, em obediência a nosso Mestre Celestial, ir ao mundo e pregar o evangelho aos incrédulos”?
Fico imaginando a "igreja de 2012 dos moravianos", com parte dos membros desejando prosperidade e outra parte muito ocupada para participar do relógio de oração. É de se estranhar, nos dias de hoje, um relógio que dure cerca de 100 anos.
O simples fato de desejarem ser vendidos como escravos (orar nesse sentido e ainda pagar pela passagem) para que os cerca de 3000 escravos conhecessem a Cristo, parece mesmo imaginário e utópico.
Aprendamos, portanto, com o exemplo dos Moravianos!

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